Entenda o impacto da inflação no seu dinheiro e como se proteger dela.
Você já fez a conta no supermercado e reparou que, por algum motivo quase mágico, o carrinho que custava R$ 200 em abril de 2024 passou a custar mais de R$ 210 em abril de 2025 — com menos itens ainda? Eu já. São aquelas altas “discretas” que tiram o seu sorriso no final do mês.
Pois bem: a inflação no Brasil acumulou 5,53 % em 12 meses até abril de 2025, com alta de 0,43 % só naquele mês, puxada por alimentos e medicamentos. Em junho, o IPCA ainda estava em 5,35 % ao ano, bem acima do teto da meta de 4,5 %.
Se o dinheiro evaporou do carrinho, vamos conversar sobre o que está por trás — e como não deixar ele evaporar do seu bolso.
Como a inflação corrói seu poder de compra
Imagine que você recebia R$ 100 para comprar uma cesta básica. No ano seguinte, só com quase 5,5 % de inflação, aquela mesma cesta custa R$ 105,50 — e você tem os mesmos R$ 100. O resultado: o mesmo dinheiro compra menos.
E quem mais sente isso? Alimentos — que custam 1,14 % só em abril — e saúde, com reajustes de até 5 % em remédios. Esses dois grupos respondem por cerca de 60% da inflação mensal no mês . É o tal “imposto inflacionário”: a perda diária do poder de compra até chegar à tua mão.
Em resumo: a inflação vai comendo seu orçamento aos pouquinhos — e quase sempre quem ganha em salário fixo ou sem reajuste automático acaba perdendo cada vez mais.
Impactos ocultos no orçamento além da posse direta.
Às vezes, a inflação vem disfarçada:
• Reajuste salarial defasado: o índice sobe 5% nos 12 meses, mas o seu salário só recebe aumento de 3%. A diferença vira aperto invisível.
• Contratos indexados: aluguel, plano de celular, condomínio — se ancorados no IPCA, sobem na sua fatura todo ano, sem nenhum prazer.
• “Mas meu salário não subiu, eu não ganhei 2%?” A duração do impacto é essencial: quando a inflação entra e os reajustes atrasam, você perde em múltiplos meses sucessivos.
• E tem o fantasma do passado: lembra do confisco da poupança de 1991? Uma inflação sem controle pode virar confisco real — afinal, o poder de compra é diluído, só que bem mais lento.
Se não ajustar renda, aposentadoria, cursos semestralmente, aquela queda lenta parece quase natural — até ela virar bolo de mosca.
Como se proteger da inflação — com estratégias práticas
Eu já travei essa batalha: acompanhei preços, ajustes salariais e até levei uma bronca da minha mãe ouvindo a inflação zanzar pela geladeira vazia. Em minha experiência, estas três atitudes ajudam a virar o jogo:
1. Proteja o dinheiro no curto prazo com investimentos “sem surpresas” Invista em Tesouro Selic, CDBs ou fundos DI com liquidez diária — facilitam resgates sem perdas e rendem com a Selic, que acima de 10 % ao ano tem já superado a inflação em 2025 .
2. Garanta remuneração acima da inflação com renda fixa indexada Títulos como Tesouro IPCA+ oferecem correção pela inflação mais taxas reais que chegam a 7 % ao ano, segundo dados recentes . Mantendo até o vencimento, você preserva o poder de compra e ainda cresce acima dela. (Nota: se resgatar antes, pode haver volatilidade — mas de novo, sem vender no desespero, você está protegido.)
3. Negocie ou renegocie contratos e ajuste seu orçamento previsto Reavalie seus contratos vigentes — de aluguel a assinatura de TV paga. Comercios, energia e saúde também sobem com inflação, então clausule reajustes ou renegocie periodicidades.Adote o “pague‑se primeiro”: reserve logo parte de sua renda antes que os preços subam, e evite liquidar tudo no meio do mês. Isso transforma inflação em automatismo, não catástrofe.
Em paralelo, diversifique: LCI e LCA isentas de IR, e investimentos indexados ao CDI também se valorizam com inflação alta. Assim você não fica só atrelado à Selic (que pode cair no futuro), nem só ao IPCA em caso de tensões fiscais.
Conclusão
A inflação não é apenas números no jornal: é o ladrão invisível que silenciosamente enfraquece o seu salário, equilíbrio e planos. Ela corrói, empurra despesas e engorda contratos, muitas vezes sem que percebamos.
Mas quem entende o mecanismo tem ferramenta para combater:
“Inflação é o veneno lento do seu bolso — a proteção está no que você faz com esse veneno”
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